Após mais uma tentativa de recuperar o que há muito se tinha perdido.
Porto, Dezembro de 2008
"Não tenho forma de esconder o que te vou dizer.
Fizeste de mim o homem que sou hoje. Tem tudo a ver com as alegrias e as tristezas. Foste minha namorada, foste minha amiga... serás sempre a minha mulher.
Eu estou uma pessoa diferente e sofro por ter conseguido ser o Homem que merecias ter tido sempre.
Hoje tratei-me muito mal. Hoje mostrei-te um eu sensivel, um eu que sempre foi sentimentalista, mas que teve vergonha de o mostrar!
Hoje disse-te que és a mulher da minha vida. Hoje disse que te amo e disse que sei como te mostrar isso!
Um beijo"
Ela não lhe deu resposta. Tinha sido tudo dito naquela e noutras tantas conversas passadas. Para quê tornar a explicar e voltar a folhear as páginas de um livro que já tinha chegado ao fim?
Porto, Janeiro de 2009
"Leonor,
Sim, vou começar por te chamar Leonor, porque foi assim que te conheci. Claro que com aquele estilo tímido, tinhas um ar quase angelical.
Não sei se ainda andas com uma carteirinha de fósforos na tua carteira, mas lembro-me perfeitamente do que lá está escrito. Dessa altura, lembro-me do nosso primeiro beijo, no dia em que o carro da minha mãe quase ficou submerso pela chuva.
Neste momento parece que desperdicei anos da minha vida, não desperdicei no mau sentido, o que quero dizer é que não tirei proveito da Mulher fantástica que és. Faço um flashback de todos os momentos em que sorriste para mim, das tuas gargalhadas, do amor que sempre provaste que me querias dar... e sofro.
"Não tenho forma de esconder o que te vou dizer.
Fizeste de mim o homem que sou hoje. Tem tudo a ver com as alegrias e as tristezas. Foste minha namorada, foste minha amiga... serás sempre a minha mulher.
Eu estou uma pessoa diferente e sofro por ter conseguido ser o Homem que merecias ter tido sempre.
Hoje tratei-me muito mal. Hoje mostrei-te um eu sensivel, um eu que sempre foi sentimentalista, mas que teve vergonha de o mostrar!
Hoje disse-te que és a mulher da minha vida. Hoje disse que te amo e disse que sei como te mostrar isso!
Um beijo"
Ela não lhe deu resposta. Tinha sido tudo dito naquela e noutras tantas conversas passadas. Para quê tornar a explicar e voltar a folhear as páginas de um livro que já tinha chegado ao fim?
Porto, Janeiro de 2009
"Leonor,
Sim, vou começar por te chamar Leonor, porque foi assim que te conheci. Claro que com aquele estilo tímido, tinhas um ar quase angelical.
Não sei se ainda andas com uma carteirinha de fósforos na tua carteira, mas lembro-me perfeitamente do que lá está escrito. Dessa altura, lembro-me do nosso primeiro beijo, no dia em que o carro da minha mãe quase ficou submerso pela chuva.
Neste momento parece que desperdicei anos da minha vida, não desperdicei no mau sentido, o que quero dizer é que não tirei proveito da Mulher fantástica que és. Faço um flashback de todos os momentos em que sorriste para mim, das tuas gargalhadas, do amor que sempre provaste que me querias dar... e sofro.
Estou a tentar ser honesto, mas principalmente, sei que estou a ser honesto comigo próprio. Ontem senti-me muito sozinho... sozinho neste mundo. Quero continuar a amar-te como sempre amei, mas como nunca mostrei.
Tenho uma mensagem no meu telemóvel para te mostrar, que não enviei por não conseguir (odeio telemóveis)... Então ontem - dia 31 de Dezembro, às 23h34 - escrevi-te o seguinte: «O que mais me arrependo foi não dizer que te amo a cada minuto da minha vida... Sofro muito por não estar contigo. Sofro muito mais por não ter tido a coragem de ser eu mesmo. Hoje sou infeliz, mas consigo ser sincero com aquilo que penso e sinto. Amo-te muito... Ainda vai haver um Setembro na nossa vida»
Um beijo"
Desta vez, ele obteve um feedback. Igual a tantos outros.
"Olá...
É raro vir à internet quando estou em casa. Por acaso hoje tive de tratar de umas transferências e pagamentos...calhou...
Não sei bem o que te escrever. Até estranho dizer isto porque escrever nunca foi um grande dilema para mim, mas neste caso confesso que já me falham as palavras.
Já lá vão uns meses desde que terminamos. Já muitas coisas foram ditas, umas melhores do que outras, mas penso que faz sempre parte destas situações, especialmente quando se trata de uma relação tão longa e com tanta coisa partilhada como foi a nossa.
Eu não vou mudar nenhuma palavra daquelas que te tenho vindo a dizer. Quero que ergas a cabeça e sigas em frente. Quero que encontres a mulher da tua vida e te dediques a esse amor, como nunca te dedicaste ao nosso. Terás a tua oportunidade de mudar! De dares a essa pessoa o que não me conseguiste dar...de lhe dares aquilo que agora dizes estares arrependido de não me teres dado...pelo menos ficarei feliz por teres aprendido alguma coisa comigo. Por talvez já não teres vergonha da palavra Amor. Por talvez já não precisares de mais do que uma mulher para seres feliz. Por talvez quereres partilhar tudo com a pessoa que escolheres teres ao teu lado para o resto da tua vida. Espero mesmo que sim!
Não lutes mais por mim. Não esperes mais por mim. Não tenhas mais esperança. Eu não vou voltar... A nossa relação enquanto casal degradou-se a um ponto que torna impossível um retorno. Já nos insultamos, já nos agredimos... Temos um passado muito feio que eu quero apagar. Aos poucos estou a conseguir fazê-lo. Aos poucos estou a conseguir filtrar apenas as coisas boas que vivi contigo. Mas as marcas ficarão sempre! Quero que dês continuidade à tua vida por tudo isto mas sobretudo porque já não te amo... já não vejo em ti o homem por quem me apaixonei. Já não vejo em ti o homem da minha vida. Já não vejo em ti o pai dos meus filhos. Já não nos imagino velhinhos a mandar vir um com o outro...já não te vejo no meu presente, já não te vejo no meu futuro. Pelo menos enquanto namorado ou marido.
Dizes sempre que me amas e que sou a mulher da tua vida. Que te arrependes. Que sofres. Que mudaste. Sinceramente não sei se acredito. Sinceramente também não penso muito nisso.
Não sei se algum dia vou amar alguém como te amei a ti. Não sei se algum dia me vou conseguir dedicar tanto a alguém como me dediquei a ti. Já não sou tão tolerante nem tão paciente, não sei se felizmente ou infelizmente. Também me vão dizendo que sou "traumatizada", o que em certa parte é verdade. Não consigo confiar muito nos homens. Quem sabe um dia...tudo vai depender do rumo das coisas.
Tudo isto apenas para te dizer que tenho muito carinho por ti. A raiva já atenuou e já consigo olhar para ti sem me lembrar constantemente de tudo aquilo que sofri... Quero que sejamos amigos mas não quero que esperes mais do que isso. Nem quero que isto seja tema de conversa sempre que estivermos juntos. Temos de saber deixar estar no passado aquilo que a ele pertence.
Desejo que em 2009 consigas concretizar os teus principais objectivos. Desejo-te mesmo tudo de bom. Ano novo, vida nova!
(Curiosamente ainda tenho a carteira de fósforos comigo. Não sei porquê, talvez porque no fundo não guarde rancor e sim o que é bom de guadar. E Setembros haverão muitos - espero - nas nossas vidas, mas não no sentido em que o levas quando o mencionas. Hei de querer casar nesse mês mas não sei em que ano nem com quem, nem tão pouco se casarei. O futuro não me pertence, apenas ajudo na sua construção)
Beijinho"
Hoje ela sabe que continua a ter a capacidade de amar, como sempre teve. Talvez existam algumas "feridas" por sarar, como a falta de confiança nos homens, o que é natural. Há marcas difíceis de apagar. Um dia alguém a ajudará a acreditar que os homens também amam. Também se entregam. Também são sinceros com quem amam mas, sobretudo, com eles próprios.
Hoje ele provavelmente sabe que, numa próxima vez, muita coisa terá de ser diferente com a mulher que tiver do seu lado. Sabe dar valor aos gestos. Aos sacrifícios. Aos sonhos. Mas certeza, certeza, ninguém tem. Nem ela. Nem talvez ele próprio.
O que nasce torto, tarde ou nunca se endireita.
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