quarta-feira, janeiro 06, 2010

Bem-vindos ao ano 2010

Mesmo quando chega aquela altura do dia em que paramos para 'desligar o nosso motor', ele nunca chega a desligar totalmente. Sem perceber bem o porquê, dei por mim a pensar que tinha acabado de se fechar uma nova década. Estamos em 2010.

Vai daí lembrei-me que, quando era mais nova, achava muito engraçado e curioso os meus bisavós - que já cá não estão - terem nascido em datas tão longínquas e diferentes da minha. O meu bisavô era de 1905 e a minha bisavó de 1910. Isto fazia-me imaginar a quantidade de mudanças e evoluções pelas quais eles tinham tido o privilégio - ou não - de passar!

A partir deste ponto, a minha memória divagou e comecei a pensar que a história mundial que os meus filhos e netos irão aprender será bem mais extensa do que aquela que eu tive de aprender na escola. Nessa altura, eles provavelmente irão olhar para mim e ver-me como uma espécie de 'objecto de museu'. Nasci em 1981! Já serei (e sou) alguém que pertence a outro século que não será o deles. Chega a ser um bocado assustador, mas até tem a sua graça.

Divagação puxa divagação, acabei por chegar à conclusão que esta última década (2000-2010) não teve nada de marcante. Todos sabemos o que revolucionou os anos 20, 30, 40, 50, 60, 70, 80 e 90. Todas estas épocas tiveram a sua força na história. Mas então e estes últimos 10 anos? O que é que esta entrada num novo milénio trouxe de importante às pessoas?

A música vive de influências do passado. A dança e a moda também. Até mesmo a política. Os estilos, géneros e atitudes são sempre influenciados por alguma coisa que marcou décadas anteriores. Mas não houve nada, entre o ano 2000 e o 'hoje', de extremamente revolucionário ao ponto de, no futuro, poder servir de influência para algum sector.

No geral, as pessoas andam perdidas. Andam 'por aí'. Deixam-se levar pela vida sem saberem muito bem para onde nem porquê, numa espécie de automatização mecânica. Os valores e princípios são cada vez menos, talvez porque muitos já nasçam sem saber o que realmente significam. Ouvem falar neles mas não ligam. Sabem que existem, mas não se preocupam. A inocência perde-se cedo e o caminho, que antigamente fazia-se questão de delinear, passou a ser uma montanha russa de alta velocidade, cheia de loopings, sem fim nem sentido.

Confesso que foi um momento de 'desligar o motor' um pouco inquietante. Terminei-o com a única conclusão, à primeira vista, viável: esta última década define-se com conceitos tenebrosos... crise, terrorismo e depressão.

Haverá uma reviravolta?