sábado, abril 11, 2009

Se eu pudesse...

Sinto-me corroída pelo tempo. Pela vida. Por aqueles que me rodeiam.
Tenho a sensação de que o meu coração está amarrado por cordas - daquelas com espinhos - de tal forma apertadas que quase sufoco.
O que pediria a uma fada madrinha se ela existisse? Para morrer e nascer de novo. Queria recomeçar tudo. Tudo mesmo... Mas sabendo o que sei hoje.
Acredito que nada acontece por acaso. Que há sempre um sentido, uma razão de ser. Mas a cada dia que passa, olho para trás e não vejo nada a não ser tempo desperdiçado como se fosse uma espécie de chiclete que - como diz a música - mastiga-se, deita-se fora...e a seguir mete-se outra e o mecanismo torna a ser o mesmo. Só que, na verdade, o tempo é tão raro!...
Não entendo nada nem ninguém. Não sinto que este seja o meu mundo. Ou se calhar eu não serei o que o mundo espera das pessoas.
Se eu pudesse...se eu pudesse ganhava asas e voava...para longe do mundo. Para longe das coisas. Para longe de ti. Para longe dele. Para longe dela. Essencialmente, para longe de mim...

Para sermos insubstituíveis temos de ser diferentes

4h da manhã
- "A paixão é diferente do amor."
- "Diferente? Diferente em quê?"
- "O amor vem depois da paixão. A paixão é aquela fase inicial, da descoberta, da intensidade dos momentos, da novidade. Depois sim, se a pessoa for de encontro às nossas expectativas, vem o amor."
- "Então e depois do amor?"
- "Depois do amor...fica o amor e a amizade! É tudo um processo de solidificação. Aquela será a tua companhia para a vida. Mas a paixão também está sempre presente. Pelo menos eu nunca amei sem estar apaixonada..."
- "Não concordo muito...nunca me apaixonei sem amar também. Amo é sempre de forma diferente."
- "Pois mas isto sou eu a falar! Cada pessoa sente o amor da forma que tem de sentir. Se toda a gente pensasse e sentisse o mesmo, o amor teria uma definição universal, e não tem!"
- "Claro, claro. Estou só a tentar perceber essa tua forma de ver as coisas. Mas tu já amaste?"
- "Já tive algumas paixões mas amar só amei duas pessoas. Ou uma...a outra pessoa amo se for realmente a pessoa que eu penso que é. Pelo menos quero acreditar que sim."
- "Então também deves acreditar que não há amor como o primeiro?"
- "Não, nada disso! Aprendi que se pode amar com a mesma ou mais intensidade outra vez."
- "Fantástico. Estou a achar a tua perspectiva mesmo interessante. A forma como tu delimitas a palavra amor...!"
- "Não é isso. Simplesmente não a banalizo. Considero o amor um sentimento demasiado precioso para tal. Mas lá está...isto tudo sou apenas eu a falar. É a minha experiência, o que não quer dizer que amanhã ou depois pense de outra forma. Para já, sempre foi assim que vi o amor."

5h30 da manhã
Dança inesperada no meio da rua, ao som de Paulo de Carvalho.

6h da manhã
Viu a vida a "andar para trás" quando o carro descaiu e foi contra o muro.

6h01 da manhã
O significado de amor continua o mesmo.

[Faz da tua ausência o suficiente para que eu sinta a tua falta,mas nunca a prolongues demais ao ponto de me habituar a viver sem ti]