segunda-feira, setembro 26, 2011

De cortar a respiração

O vestido usado na campanha do 1º perfume de Elie Saab é absolutamente divinal. Eu - e mais umas quantas milhares de mulheres por este mundo fora - estou completamente apaixonada e "babo-me" cada vez que o vejo.

Sim, é oficial...com este casava-me!


segunda-feira, setembro 19, 2011

New York, New York!

Se não posso ir a Nova Iorque (pelo menos a curto prazo), fico feliz que alguém se tenha lembrado de trazer Nova Iorque até mim!

Os benfeitores têm o nome de Paulo Rocha, que durante vários anos viveu em Nova Iorque (lucky you!), e Alfredo Pontes, a quem desde já agradeço a ideia "fantabulástica" de terem criado o TRIBECA Jazz Club & Restaurante, um espaço sublime e decorado a preceito, a fazer lembrar a cidade "quiçá" mais cosmopolita do mundo.

No restaurante, a acompanhar o belo do menu (posso dizer-vos que a carne é simplesmente divinal), é possível desfrutar de um agradável e envolvente ambiente musical de Jazz, Blues e Soul. E o melhor de tudo é que o som não vem só das colunas: a partir das 23h (mais coisa, menos coisa) podemos assistir ao vivo a um destes espectáculos de qualidade comprovada. 

Finalmente! O Porto já "gritava" por algo diferente. E para mim um local que, segundo podemos ler no site oficial do Tribeca, "nasceu do gosto pela música e charme da boémia nova-iorquina (...)" é mais do que perfeito.

Mais pontos positivos: o atendimento de excelência e a amplitude do espaço. Ao todo são 8 andares (wow!), sendo que os pisos 0 e 2 são restaurante, e o piso 1 o bar onde a música para os nossos ouvidos acontece. Possui ainda um piso para jantares de grupo, o que é simplesmente genial. Assim não somos incomodados por gajas histéricas em despedidas de solteira, ou por gajos armados em homens de negócios. Brevemente penso que farão de um dos pisos inferiores uma galeria de arte. Soa-me a uma ideia brilhante para juntar a todo este doce cocktail.

Pontos "menos positivos": o menos grave, a falta de estacionamento. A rua onde está situado é bem localizada, já que é mesmo no centro da invicta - que ganhou agora uma nova vida - mas tem pouquíssimos lugares. Resta-nos o passeio, onde para já se consegue estacionar sem no final termos uma desagradável multa colada ao vidro do carro. O mais grave, não estivéssemos nós em tempo de crise e com a troika à perna, são os preços praticados! Tudo bem, já toda a gente sabe que a qualidade tem um preço, mas podiam tentar ser ligeiramente mais dóceis. Ler nas revistas que o preço médio são 30€ e chegar ao fim com uns módicos 40 e tal euros por pessoa, puffff...lá se vai o encanto (quase) todo pelo cano abaixo. Uma pena pois, com a boa impressão deixada, adorava ser uma cliente mais assídua mas assim, meus amigos, não dá. Estamos no Porto e não em Nova Iorque, por muito que eu gostasse.

Esquecendo  este pequeno "grande" pormenor, aconselho este espaço portuense a toda a gente que aprecia algo distinto e sofisticado. Pelo menos uma visitinha, já que se pode ir lá apenas para assistir a um concerto, daqueles que nos fazem bater o pé e desligar do mundo. Podemos até - quem sabe com muita concentração - imaginar que estamos num qualquer bar nova-iorquino? Hmm, sounds great!

Toda esta experiência graças a uma surpresa de mim para ele (a tradição já não é o que era, com muito gosto), em nome do amor e de um sonho. Melhor teria sido impossível :-)

quinta-feira, setembro 15, 2011

Passo os meus dias da semana a ver blogues [ossos do ofício] e sempre que o faço penso "clico aqui e ali, leio, não leio, solto uma gargalhada, torço o nariz, franzo as sobrancelhas, abano a cabeça", mas cuidar do meu que seria "bem e bonito" é que "tá quieta". Pois... não está bem.

Tenho mesmo que começar a dedicar-me ao meu "canto", nem que seja SÓ mais um bocadinho. Porque não? Todos os dias apetece-me escrever, nem que sejam só meia dúzia de palavras sem sentido, mas depois...heis que chega a Sra. preguiça e nada feito. Pois... está mal! Passam-se dias, semanas, até meses e nicles. Nem "xus nem mus". Voto contra.

A ver se é desta que a coisa muda.

quarta-feira, julho 27, 2011

My tears dry on their own

"Não temos para sempre 27 anos. Nem 18. Nem 35. Não temos duas oportunidades. Não andamos por cá duas vezes. Temos uma vida. Temos esta vida. Que é boa, que é má, que é assim-assim. Mas só temos esta. Andamos na estrada a 180 porque a nossa condução é fiável. Tomamos drogas, bebemos mais do que a dose. Fodemos a vidinha aos outros porque não temos nada mais giro para fazer. Somos estúpidos. Cada um de nós, à sua maneira. Perdemos tempo com merdas que não interessam a ninguém. Somos maldosos, imbecis, porque nos esquecemos que tudo volta a duplicar. What goes around comes around. Irritamo-nos com tudo, perdemos a tolerância. A felicidade alheia chateia. E enquanto chateia, a vida passa. E enquanto apontamos o dedo, não estamos a dar por isso. E enquanto choramos sobre o leite derramado, não estamos a dar por isso. E enquanto estamos tão iludidos a olhar para o nosso umbigo, não estamos a dar por isso. E enquanto vivemos a vida dos outros (e a dissecamos, e a julgamos, e a condenamos), não estamos a dar por isso. E um dia o carro vira-se numa curva. E um dia a doença toma conta de nós. E um dia encontram-nos caídos em casa, porque o coração cedeu, inexplicavelmente. E um dia um maluco larga uma bomba, mata-nos a tiro.

Enquanto vivermos a achar que é para sempre, para sempre seremos idiotas. Tudo pode acabar em segundos. Queremos mesmo gastá-los assim?"

segunda-feira, junho 20, 2011

Há anjos

"Há anjos
que não compreendem o que dizemos
que não compreendem o próprio sentido
das palavras que, incessantemente, repetem
da esperança universal de que têm de no convencer diariamente.

Há anjos que ressonam como foles
que andam cansados porque estão acordados há séculos
que precisam de ser transportados às costas
alimentados intravenosamente
protegidos da ferocidade do mundo.

Há anjos que lêem livros
anjos que escrevem poemas.

Há anjos que deixaram crescer a barba
que gostam de se deixar adormecer pelo comovente murmurar
das barbearias.

Há anjos que acabaram de nascer
que têm nomes vulgares
que viajam de avião
que até gostam de aeroportos.

Há anjos secretamente apaixonados por fadas,
por longos rios cheios de luzes
por súbitos glaciares.

Há anjos que são subcutâneos.

Há anjos que estão sempre com febre
que são ingénuos como enigmas.

Há anjos que vivem em arranha-céus,
que trabalham duramente em andaimes
de onde às vezes se precipita de propósito.

E há anjos que são funâmbulos.

Há anjos que talvez nos surpreendam
que às vezes nos saúdam, disfarçadamente, por entre a multidão
que abrem os olhos de noite.

Que, na sua voz interrompida, mutilada,
pedem calma.

Pedem muita calma."

António Ladeira

sexta-feira, junho 17, 2011

Get a life

Isto é o que acontece quando as pessoas não têm vida...e temos que as fazer "desamparar a loja".
Stop-Pause-Play.

Arre, gente maluca!

terça-feira, maio 24, 2011

Mealheiro dos sonhos

Pela 1ª vez desde que me lembro de existir cheguei à conclusão que sonhar também cansa. Pelo menos  assim, nestas doses pouco moderadas.

Vou fazer uma pausa. Preciso de fazer uma pausa para não deixar partir o mealheiro onde os guardo. Permanecer uns tempos algures entre o céu e a terra, seja lá onde isso for.

Não deixei, não deixo, nem deixarei de acreditar nos sonhos, pelo contrário. Preciso apenas de parar um pouco, respirar o ar deste solstício, cheirar o mar infinito, sentir a brisa no corpo e olhar para os mais variados tipos de vida que me rodeiam.

Por isso, digo aos meus sonhos somente um... até já!

segunda-feira, maio 09, 2011

Don't count the days, make the days count

"I'd always heard your entire life flashes in front of your eyes the second before you die. First of all, that one second isn't a second at all. It stretches on forever, like an ocean of time. For me, it was lying on my back at Boy Scout Camp, watching falling stars. And yellow leaves from the maple trees that lined our street. Or my grandmother's hands, and the way her skin seemed like paper. And the first time I saw my cousin Tony's brand-new Firebird. And Janie... and Janie. And... Carolyn. I guess I could be pretty pissed off about what happened to me, but it's hard to stay mad when there's so much beauty in the world. Sometimes I feel like I'm seeing it all at once, and it's too much. My heart fills up like a balloon that's about to burst. And then I remember to relax, and stop trying to hold on to it. And then it flows through me like rain. And I can't feel anything but gratitude for every single moment of my stupid little life. You have no idea what I'm talking about, I'm sure. But don't worry, you will someday."

quinta-feira, abril 21, 2011

A cor da Felicidade

"Agora é que foi mesmo, apaixonei-me pela pessoa certa e sou feliz.

A vida tem destas coisas e de vez em quando traz-te grandes surpresas. E o Bom Rapaz é a surpresa da década. Já nem me lembro da última vez que me senti assim, mergulhada neste estado de graça em que tudo é azul e branco, e nada disto tem a ver com o sabão conhecido pelas mesmas características.

Lembro-me de estar apaixonada, isso sim, mas dessa paixão me trazer vazio, ausência, esperas infrutíferas, isolamento, tristeza, decepção. Ora, o que estou a viver com o Bom Rapaz é exactamente o oposto de tudo isso e tão diferente daquilo a que o meu coração se habituou que até fui outra vez à médica do mesmo para confirmar se estava tudo bem, a peça no seu lugar e o meu músculo da vida a bombear de forma ordeira e generosa, como é de sua essência e obrigação.

(...)

Lembro-me de acordar e de querer dizer à minha mãe que já estava salva. A máscara de oxigénio entre a minha vontade e o mundo fazia com que os sons saíssem abafados e estranhos, de modo que fui comparada ao Darth Vader, o símbolo cinéfilo do Lado Obscuro da Força, isto para quem nunca viu esse grande clássico que é A Guerra das Estrelas.

Coitada da minha mãe, sempre com aquele ar seráfico, toda mordida de medo por dentro porque uma operação ao coração não é o mesmo que desencravar uma unha, e eu ali, a acordar devagarinho, a regressar ao mundo onde as pessoas se chateiam com coisas sem importância nenhuma porque têm saúde e nem se lembram dos que estão nos hospitais a colocar chapéus de chuva no coração, ou outras peculiaridades.

Isto tudo para te explicar que a separação de sangues também se deu na minha vida real quando me apercebi de que o passado estava arrumado no lugar onde deve estar sem infiltrações no presente nem qualquer peso no futuro, de forma que a paixão e o amor que agora vivo não têm nenhuma nuvem a pairar sobre a sua beleza. Vivo um amor todo claro sem neblina nem geada, suave e seguro na ausência, violento e vulcânico na presença, feito de corpo, alma, coração e sexo, de entrega, verdade e paixão, de respeito e de entendimento, de riso e de admiração, de presente e de futuro, projectado em casa ainda não vividas, sonhado em viagens a consumar, desenhado a quatro mãos em sonhos e planos possíveis, vontades por descobrir e desejos a realizar.

O lado bom de ter um coração novo é que só entra lá para dentro quem tu queres. E como os fantasmas já se diluíram no sangue e no tempo, aqui me encontro, entregue à felicidade, onde tudo é branco como todas as cores e azul como o céu.

Vivo o céu na terra, sou uma mulher cheia de sorte."

Margarida Rebelo Pinto in "A minha casa é o teu Coração"

segunda-feira, abril 18, 2011

Tempo de arrumações...e de chegada a conclusões

É uma pena ter destruído, apagado ou deitado ao lixo quase todos os vestígios de uma fase da minha vida que hoje nem sequer sinto que tenha sido vivida por mim, tal foi  forma como a eliminei da minha memória e do meio onde vivo.

Hoje, Mulher feliz e serena, juntaria os pedaços deste "thriller" e editava um livro bem ao género da Margarida Rebelo Pinto. Uma pena... Não fosse a pressa de me livrar daquele vírus quase mortal, teria agora uma boa - diria até excelente - matéria para tentar abrir os olhos de muitas mulheres que por aí andam; não cegas e perdidas de amor, mas sim cegas de sonhos de menina.

« 12 de Agosto de 2007

Ás vezes não sei porque ainda me dou ao trabalho de dar alguma hipótese à nossa relação...

Como já te disse, vezes sem conta, em quase 8 anos que nos conhecemos nunca consegui ter estabilidade e tranquilidade. Mandas-me uma mensagem quase às 3 da manhã a dizer "estou na merda" mas, na verdade, tens sempre outro alguém com quem te preocupar  e entreteres!

Nos últimos tempos tenho sido "bombardeada" com comentários de outras pessoas, algumas tuas amigas, outras minhas, outras até que não conheço, que me dizem "ele é má pessoa", "ele engana-te sempre que pode", "ele nunca te vai fazer feliz", e eu vou-me defendendo e dizendo "não acredito que ele seja assim", "não me posso ter enganado com uma pessoa tanto tempo", e vou também pensando "ele engana-me mas eu sei que um dia ele mudará"...

Afinal quem terá razão? Essas pessoas que não ganham nada em abordar-me com comentários sobre ti, ou eu é que quero acreditar que ainda existe um futuro?

Não existem motivos para eu ter razão...quando olho para trás só vejo turbulência! Anos e anos que passei angustiada por saber que me enganavas com a "Cristina", anos e anos de tormento por saber que para além da "Cristina" ainda te metias com mais meia dúzia de mulheres, anos em que quase enlouquecia por causa da tua relação doentia com a "Maria", e agora a inquietude por causa da linda "Catarina" e de uma "Susana" que nem sequer sei quem é!

O que queres tu? Quem és tu afinal? Será essa tua obsessão por mulheres normal?

Não quero passar o resto da minha vida em pânico porque não consegues ser leal e honesto. Não quero passar o resto da minha vida desconfiada e com uma vontade incontrolável de 'cuscar' os teus pertences sempre com a certeza de que vou encontrar coisas que me vão magoar. Não quero que me digas à noite 'vou para casa' ou 'estou em casa', e eu ir atrás de ti e não te encontrar, como já tem vindo a acontecer. Não quero ter aniversários estragados, natais e passagens de ano tristes só porque tu não dás importância. Não quero sonhar em viver contigo quando preferes passar fome a viver num apartamento. Não quero lutar por um futuro quando a pessoa que está ao meu lado prefere não ganhar dinheiro a ser empregado de alguém. Não quero ser infeliz!

Chega de mentiras. Chega de falta de respeito para comigo e para com os meus sentimentos. Chega de me iludir. Afinal, não és mesmo quem eu penso que és. Afinal, quem me diz "ele é má pessoa" tem razão. Afinal, apaixonei-me por uma pessoa que só existe na minha cabeça.

Quem destruiu foste tu! Agora preciso de tempo sim. Para pensar como vai ser com a mobília. Para pensar como vai ser com os cães. Para pensar no que vou fazer com estas recordações sujas de traições infindáveis.

Não és amigo de ninguém. Não gostas de ninguém. Não amas nada nem ninguém. Para ti o mundo resume-se a ti próprio. Vais ser feliz assim? Pensa nisso.»

Poucos textos restaram. Salvou-se este e talvez mais dois ou três. Hoje voltei a lê-los exactamente por me ter lembrado de que os queria apagar, numa arrumação à minha caixa de emails já sem ordem, coisa que nem parece minha, tenho a vida organizada ao pormenor.

Arre!... Uma pena mesmo não ter aproveitado estes frutos - os poucos sem podre - desta experiência a que chamo "atraso de vida" mas que, ao mesmo tempo, fez de mim a Mulher que sou hoje.

Não sei que nome daria a este livro se me fosse possível escreve-lo. Pensaria nisso com mais calma e seriedade se tivesse juntado todos e tantos textos equivalentes ao transcrito acima (os nomes são falsos, claro, para não ferir susceptibilidades). Como eu adoraria reave-los, só para concretizar este sonho de ter um livro meu. 

Afinal, são muitos os livros que vamos escrevendo ao longo da vida sem sequer darmos conta...

Quem sabe sirva de base para inspiração. Nunca é tarde para concretizar um sonho, mesmo que preenchido de pesadelos passados.

segunda-feira, abril 04, 2011


quinta-feira, março 31, 2011

Pertenço à geração "casinha dos pais"

E a esta altura da vida começa a não ser nada fácil.

Tem as suas vantagens, não posso negar, mas cada vez compensam menos relativamente ao desejo de termos o nosso espaço.

Não termos que cumprir os horários estipulados (que, por motivos geracionais são opostos), não termos que dar satisfações por tudo e por nada, não termos que levar na cabeça naqueles dias em que só nos apetece alguma paz e sossego, não termos que estar preocupados se está tudo no sítio, limpo e arrumado quando chegamos do trabalho cansados e nos apetece relaxar um bocado antes de começarmos a pensar nesses pormenores, não termos que aturar "mesquinhices, taras e manias", não termos que discutir por causa do plano de férias, por causa de um fim de semana passado fora de casa, por causa da cadela que está com o cio, por causa da água quente que se gastou, and so on. Isto sem falar, claro, da pressão que de ano para ano, mês para mês, semana para semana, dia para dia, aumenta. É desgastante. Não querendo ser ingrata, já não se aguenta!

Das duas uma: ou ganho o euromilhões ou não tarda nada vou ter de parar, reflectir, e fazer contas à vida! 

Porque não nasci eu, tipo... sei lá... nos anos 60?...

quarta-feira, março 30, 2011

Leituras

Hoje, no escritório, recebemos a LuxWoman Edição Especial Casamento.Vi-a porque tenho de ver - faz parte das minhas funções laborais - mas vi-a também porque sou uma sonhadora e, como tal, sabe sempre bem - mesmo que possa ser um acto feminino masoquista, como referi no meu post anterior - ir folheando, admirando e, sobretudo, imaginando.

Pormenores à parte, saltou-me à atenção o artigo intitulado "O 1º ano - A prova de fogo" que começa com o seguinte parágrafo:
"Pode ser uma faca de dois gumes: por um lado, a paixão está bem acesa, mas é agora que se realçam as diferenças. Prepare-se para o grande desafio que é o seu primeiro ano de casamento!". 

Ainda há quem me venha dizer que ou é muito cedo ou é muito tarde para dar o "grande passo" (respeito quem o veja assim, eu atribuo-lhe mais o conceito de "passo natural" ou celebração de um sentimento único e mútuo). O conhecimento entre dois seres dá-se durante uma vida inteira, até porque as pessoas mudam. Pouco, pois considero que a verdadeira essência fica sempre, mas mudam. Nunca é tarde, nem nunca é cedo. Basta sentir. Basta querer. Basta desejar. Basta amar.

Adiante.

De entre os vários pontos/conselhos deste artigo destaco, por razões tão actuais, dois:
"- OS CONFLITOS SÃO SAUDÁVEIS: Por isso não os ignore. As discussões fazem parte da vida de qualquer casal e, desde que decorram dentro dos parâmetros do respeito e levem à resolução de um problema, podem até ser saudáveis.
- NÃO DEIXE O ORGULHO DESTRUIR A COMUNICAÇÃO: 'Nunca se deitem zangados.' É um conselho que muitas de nós já ouvimos das avós nos primeiros tempos de casadas. Nunca deixe nada por resolver. Pedir desculpa e assumir os erros quando temos noção de que não agimos correctamente são atitudes que fazem com que uma relação seja mais saudável."

Realmente...há coisas do "arco da velha"!...

terça-feira, março 29, 2011

Na próxima vida quero ser...um cão

...daqueles que vivem numa grande casa, podem dormir na cama dos donos, saltar para cima dos sofás, que comem ração gourmet (e uns petiscos por fora, de vez em quando), recebem mimo de toda a gente, e que dão passeios diários junto à praia ou num jardim.

Uma das coisas que mais odeio nas mulheres é a incapacidade de, pelo menos nos momentos menos fáceis, serem pouco práticas e demasiadamente sôfregas. Assim, como se...o mundo acabasse amanhã e não existisse mais nada para além do "agora".

Somos pura e simplesmente masoquistas. A bomba explode, com a força de uma bomba atómica (a qual desconheço, felizmente, mas que deve ser forte quanto baste), e vamos trabalhar com umas olheiras até aos pés. Perguntam-nos "está tudo bem?" e a resposta resume-se a um pranto de lágrimas com soluços à mistura. Ouvimos músicas, vemos imagens, pegamos em objectos que trazem todas as boas recordações e nos fazem desejar que tudo não passasse de um pesadelo. Contam uma piada e não nos rimos - nem o melhor palhaço do mundo nos consegue arrancar um sorriso nestas alturas -, a concentração esvanece-se, a paciência para aturar seja o que for é pouca e a vontade de falar é nula. Aliás, quanto mais nos deixarem estar caladas melhor. Isto sem referir o nó do estômago que enquanto não desata não nos deixa meter nada à boca sem que, logo a seguir, nos dê vontade de deitar tudo fora. Talvez o único sintoma que, no meio disto tudo, pode ser bom para as mulheres que desejam perder uns quilos. O pensamento anda sempre a 1000 à hora e o que num minuto até interpretamos como "pode ser um bom sinal", no segundo a seguir "se calhar significa o fim"! Estas somos nós, as mulheres, perante os dramas da vida.

Os homens não aparecem no escritório com má cara. Não ficam com os olhos como se tivessem levado dois murros porque não têm ataques de choro hora sim, hora não. Os amigos trocam umas piadas e a graça continua sempre lá. A vontade de fazer as coisas normais, do dia-a-dia, continua hirta e firme. A vontade de comer continua inata e conseguem comer uma francesinha daquelas bem fortes, se for preciso, e com o maior dos prazeres. O pensamento consegue abstrair-se, falam de tudo e com todos como se nada fosse e não andam à procura do que possa lembrar seja o que for que conduza ao problema em causa. Simplesmente continuam a viver, porque são... práticos!

Odeio que as mulheres sejam tão emocionais. Invejo os homens, esses seres racionais que se mostram sempre bem e que conseguem transformar o coração em pedra por tempo indeterminado. Odeio que não consigamos ser assim...práticas! (E, além disto tudo, ainda odeio que me mandes "bjos"!)

Quem sou eu? Tudo aquilo que sempre mostrei ser. Sou eu sempre. Igual a mim própria mas, de momento, com coração destroçado. E pouco prática. Sou eu.

U Know Who I Am



I'm sure you do...

segunda-feira, março 28, 2011

Excerto de "Tabacaria"

"O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda
que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades
do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant
escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta
ao pé de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada."


Fernando Pessoa

Afinal os sonhos também sofrem subidas na taxa de juros...

...e entram em falência.

Há quem demore uma vida a construir um castelo...e depois, o destino encarrega-se de maquinar uma partida irónica, e num segundo desmorona-se tudo.

O meu cofre dos sonhos abriu-se, mas a caixa traiu-me. Afinal, era a de Pandora.
Eu só me pergunto: porquê??

quinta-feira, março 24, 2011

O que será do amanhã se nem sabemos do hoje

Tenho a noção de que até o meu próprio pensamento anda confuso.

Aos 18 anos achava que aos 25 já ia estar casada e que até aos 30 seria mãe.

Hoje, com 29 anos e 8 meses, por vários motivos, dou graças aos céus por isso não ter acontecido, mas tenho guardados num cofre todos os mesmos desejos de há 11 anos atrás. Mais maduros, é certo, mas ainda existem e estão bem vivos.

Mesmo assim, por vezes, questiono-me se actualmente não será um acto egoísta colocar no mundo um ser humano que se confrontará com um futuro que se avizinha tão negro. Se eu, com esta idade, não sei “o que será da minha vida”, o que será a dos que vêem atrás de mim? Analisando mais pormenorizadamente, nem as gerações mais antigas, que certamente achavam que teriam um fim de vida sossegado, após terem cumprido as suas missões enquanto cidadãos, sabem hoje como serão os poucos dias que lhes restam.

O mundo transformou-se em tudo menos num mar de rosas...e grande parte da humanidade está como eu: com os sonhos encarcerados num cofre. Na alma. No coração. Esses não estão sujeitos a IVA, não têm que ser declarados, não entram no PEC, nem sofrem subidas de juros. São de graça. Pelo menos ainda.

Haja força e optimismo para acreditar que ainda é possível uma reviravolta, para que se possam abrir todas estas opostas caixas de pandora...

quarta-feira, março 09, 2011

Há coisas que nunca mudam

Com a quase chegada à tão “abominável” e temida entrada nos 30, paro um pouco e reflicto sobre tudo o que ouço – de amigos, de familiares, de desconhecidos que conversam sem se aperceberem que ali ao lado está alguém atento às palavras trocadas.

Os 30… a primeira reacção: “Que horror, estou a ficar mesmo velha!”, ou então: “Já?? Como o tempo passa depressa…”. Pois passa e, infelizmente, passamos cerca de um quarto de vida a desejar “ser grande” para depois chegarmos à conclusão que bom era ser criança e, a partir daí, passarmos o restante quarto de vida e a outra metade a desejar não termos crescido tão depressa.

Tenho algumas amigas que já completaram os seus 30 anos de existência. E amigos também, a maioria. Mas para os homens a entrada nos 30 está longe de ser um drama. Afinal os trintões, aos olhos de muitas mulheres, esbanjam charme, já sendo expectável a maturidade, o respeito, o cavalheirismo e a dedicação que aos 20 não nos davam por – pensamos nós – infantilidade, despreocupação e/ou distracção.

Mas 30 anos para uma mulher são tudo menos razão para festejos efusivos. Começamos a queixar-nos das rugas (e, consequentemente, a corrermos para comprar os cremes anti-rugas que antigamente só a mãe e a avó precisavam/usavam), a repararmos que o rabo está descaído, que as mamas já não são bem o que eram e que, no geral, todo o nosso corpo apresenta uma certa flacidez e alguns defeitos nunca antes detectados. Aparecem brancas no cabelo, a memória deixa de ser o que era, e tudo isto…de um dia para o outro.

Não será antes o facto de, a partir desse dia, olharmos para nós ao espelho e passarmos realmente a VER? Sim, porque antes, ainda sem a pressão inerente a esta idade ou sem os complexos “impingidos” pela sociedade, simplesmente olhávamos para o espelho…mas não víamos o que de um minuto para o outro passa a ser uma dor de cabeça.

Na rua passamos a aperceber-nos que as pessoas nos tratam por “senhora” em vez de “menina”. Mas nem ligamos ao pormenor dessas mesmas pessoas serem miúdas de 18 anos, e que também nós nessa idade achávamos os trintões uns “cotas”. Em todo o lado começam a perguntar-nos pelo casamento, pelos filhos, pela casa…e muitas de nós, mulheres de 30 anos, ainda vivemos com os pais, sem perspectivas desse futuro pelo qual nos perguntam, embora já com uma vontade imensa de o viver.

Ainda tenho 4 meses para aproveitar a casa dos “20”. Mas VEJO-ME e as rugas estão aqui. Em torno dos olhos, nos cantos da boca. Rugas de expressão, como lhes chamam. Não apareceram hoje, nem ontem, nem tão pouco sei precisar o momento em que surgiram, mas já cá andam. É natural, fazem parte da evolução normal de um ser humano. Se gosto delas? É óbvio que não. Mas o que fazer? Tenho de aprender a lidar com o envelhecimento e tentar minorar o seu desenvolvimento com o que actualmente existe. Exercício físico, cosméticos, tratamentos de estética. Já é uma sorte existir essa evolução científica e podermos usufruir dela. Quanto ao resto nada de muito diferente a declarar. O peito está no lugar, o rabo – maior ou mais pequeno – tem a sua cruz e nunca fará parte das minhas preferências. O cabelo continua forte e a dar trabalho q.b., a memória já foi melhor mas ainda está longe do inimigo Alzheimer.

O meu corpo vai realmente fazer 30 anos. Não há remédio nem volta a dar. Mas o meu “Eu” interior está longe de envelhecer e de acompanhar o ritmo do meu físico. Penso em mim, na minha pessoa, e sorrio. É que às vezes tenho a plena noção de que devo mesmo “roçar” nos limites do ridículo. Continuo a sentar-me no degrau de uma escada, na beira de um passeio, ou até no chão se for preciso. Continuo a escrever “bilhetinhos” como fazia nos tempos de estudante, mas agora em reuniões de trabalho. Continuo a ter ataques de riso incontroláveis quando vejo uma imagem cómica – ou não –, quando ouço o impensável, quando vejo cenários inesperados, ou quando me lembro de momentos únicos. Pior mesmo é ter estes ataques de riso sem motivo aparente e não conseguir parar por ficar nervosa exactamente… por não conseguir parar. Continuo a atirar-me para o chão quando o riso já me faz doer a barriga. Continuo a ver desenhos animados e a chorar com a história, se for triste. Continuo a ir à queima das fitas para estar com os amigos, a saltar de barraca em barraca, e sair de lá aos S’s. Continuo a tropeçar por estar distraída, a pensar no dia de ontem, ou a deixar cair tabuleiros e objectos afins por ter mãos de manteiga. Continuo a vestir calças rotas, a calçar "All Star" e a comprar camisolas com bonecos da BD. Continuo a gostar de entrar em parques infantis e andar nos baloiços e escorregões. Continuo a fazer sons parvos e a inventar nomes idiotas para dar às coisas ou às pessoas. Concluindo, continuo igual a mim própria.

Não sou casada, não tenho filhos, não tenho casa. Mas tenho trabalho e um tecto graças aos meus pais que me permitiram tê-lo. Sou saudável, tenho bons amigos, um namorado (até agora) perfeito, e muitos outros detalhes que fazem o meu dia-a-dia feliz.

Quanto ao que ainda falta “life goes on”, caminhando se faz o caminho e tudo o tempo se encarregará de esclarecer. Também já ouvi dizer, por várias bocas, que a fase dos 30 é a melhor fase da mulher, em todos os aspectos. Se assim for até fico expectante.

Independentemente de tudo, há coisas que nunca mudam, e continuo a ter em mim “todos os sonhos do mundo”.

05/03/2011 – Escrito metade na terra, metade nos céus

quarta-feira, março 02, 2011

Assim vai Portugal...

Este país não é para corruptos
Em Portugal, há que ser especialmente talentoso para corromper. Não é corrupto quem quer



... Que Portugal é um país livre de corrupção sabe toda a gente que tenha lido a notícia da absolvição de Domingos Névoa. O tribunal deu como provado que o arguido tinha oferecido 200 mil euros para que um titular de cargo político lhe fizesse um favor, mas absolveu-o por considerar que o político não tinha os poderes necessários para responder ao pedido. Ou seja, foi oferecido um suborno, mas a um destinatário inadequado. E, para o tribunal, quem tenta corromper a pessoa errada não é corrupto - é só parvo. A sentença, infelizmente, não esclarece se o raciocínio é válido para outros crimes: se, por exemplo, quem tenta assassinar a pessoa errada não é assassino, mas apenas incompetente; ou se quem tenta assaltar o banco errado não é ladrão, mas sim distraído. Neste último caso a prática de irregularidades é extraordinariamente difícil, uma vez que mesmo quem assalta o banco certo só é ladrão se não for administrador.
O hipotético suborno de Domingos Névoa estava ferido de irregularidade, e por isso não podia aspirar a receber o nobre título de suborno. O que se passou foi, no fundo, uma ilegalidade ilegal. O que, surpreendentemente, é legal. Significa isto que, em Portugal, há que ser especialmente talentoso para corromper. Não é corrupto quem quer. É preciso saber fazer as coisas bem feitas e seguir a tramitação apropriada. Não é acto que se pratique à balda, caso contrário o tribunal rejeita as pretensões do candidato. "Tenha paciência", dizem os juízes. "Tente outra vez. Isto não é corrupção que se apresente."


Por Ricardo Pereira Araújo in Visão

terça-feira, fevereiro 22, 2011

As histórias da "Anita"

"Um mundo cor-de-rosa onde as personagens adultas são meros figurantes da felicidade."

segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Só sei que muito sei

"Tenho 30 anos e não sei nada sobre o amor. Gostava de poder dizer 'quem me dera ter 20 anos e saber o que sei hoje', mas seria pretensão. Porque não sei nada. Durante muito tempo achei que amor era viver com o coração nas mãos, no pescoço, no estômago, pronto a explodir e a projectar-se em mil pedaços. Gostar, gostar a sério, aquele gostar de paixão, só podia ser isso. Viver em ânsia o tempo todo, correr atrás, pedir, implorar, pedir de novo, pôr-me em bicos de pés e anunciar a minha presença. Fazer uma gestão de danos a todo o momento, tentar não incomodar, não estar a mais, dar, dar, dar e receber quase nada em troca. Achar que esse pouco era mais do que suficiente, que mais vale pouco do que nada.

E foi isso. Achei sempre que pouco era melhor do que nada. A triste realidade é essa. Já não me lembro de quantas vezes me senti remediada, assim-assim, vai-se andando. De quantas vezes parti a alma e de quantas a voltei a colar. De quantas vezes me apaixonei e de quantas jurei para nunca mais. Que as coisas do amor não eram para mim e mais valia estar quieta. Uma treta. Nunca consegui estar quieta. E via os acidentes emocionais a darem-se e não podia fazer nada para os evitar. Nem sequer fechava os olhos para não ver. Meti-me em muitas relações sem cinto de segurança, e depois achava estranho fazer mais uma fractura no espírito. As cicatrizes que para aqui vão.

A verdade é que sempre fui uma crente, uma utópica, uma arrebatada. Uma totó, a palavra não é outra. Se calhar ainda sou, mas de aliança no anelar esquerdo. Afinal, amor podia ser outra coisa que não uma sofreguidão desatada, uma correria sem meta à vista. Afinal, comecei a perceber, amor era 50/50. E dias mais calmos. E tardes no sofá. E filmes, e séries, e amigos à mesa. E conversas, e planos, e os nomes dos filhos que se quer ter. E uma conta corrente, este mês pago eu a empregada e tu a conta da luz. E dizer que um cão num apartamento nem pensar. E voltar atrás e dizer que sim, haja espaço e boa vontade. E pegar num mapa e ver quanto mundo nos falta ver. E decidir quem desce a pé os três andares para deixar o lixo, quem se arrasta para tratar da louça, quem encaminha a roupa para os armários, quem atira com a carne para o forno (ontem fui eu, hoje és tu). Gosto deste amor. Gosto muito deste amor que me dá beijos quando chego a casa, que não vive imerso em dúvidas existenciais e pós-modernas, que há já algum tempo que sabe o que quer. E que me quer a mim. Disse-o no altar, à frente de todos. Estava lá e ouvi.

Retiro o que disse. Tenho 30 anos e sei quanto baste sobre o amor. Quem me dera ter 20 e saber o que sei hoje".

Ana Garcia Martins in Jornal Metro

Nunca liguei "puto" ao que esta jornalista escreve. Mas hoje, não sei bem porquê, perdi um bocadinho do meu tempo, sentei-me e li este texto. Poderia ser meu Por isso, pelo menos desta vez, tiro-lhe o chapéu e transcrevo cada palavra destes parágrafos no meu blogue. Porque realmente, houve um tempo, que longe vai - tanto que mais parece que, felizmente, nunca existiu -, em que para mim o amor era conflito. Eram lágrimas. Era medo. Era insanidade. Era eterna incerteza. Mas hoje sei o quanto estive enganada e estou grata, apenas e só, pela oportunidade de ter aprendido com os erros de tamanha ilusão (com imaturidade e inocência à mistura).

Hoje eu sei que nunca antes tinha amado. Todas as histórias (supostamente) de amor não passaram de alegorias. Porque hoje eu sou feliz por amar. De verdade. Sem dúvidas a consumir o pensamento, sem rancores a corroer o coração, sem medos a impedirem o caminho que trilho para a concretização dos meus sonhos.

Hoje amo porque partilho; amo porque sorrio todos os dias; amo porque acredito; amo porque há equilíbrio; amo porque existe amizade; amo porque me sinto amada. Em pleno.
Nada mais a acrescentar. O texto transcrito acima diz tudo. Porque, afinal de contas, podia ser meu...

domingo, janeiro 30, 2011

Porto Seguro

Estarmos longe e senti-lo perto.

Lembrar-me dele e sorrir.

Pensar em nós e acreditar.

Vê-lo e os meus olhos brilharem.

Ele tocar-me e a minha respiração aumentar de ritmo.

Abraçá-lo e dois transformarem-se em um.

Beijá-lo e esquecer o mundo.

Senti-lo e o meu coração bater forte.

Dar-lhe a mão e sentir conforto.

Estarmos lado a lado e estar protegida.

O amor é isto que tenho. É a tranquilidade, a harmonia, a confiança, a ternura, o carinho, a amizade, o companheirismo, a cumplicidade, a esperança, a certeza, a compreensão, a dedicação, a partilha, a simplicidade.

O amor é tudo aquilo que antes não conhecia. É tudo aquilo que antes apenas sonhava. É tudo aquilo que só via em filmes. É tudo aquilo que conseguia ler nos bons livros. É tudo aquilo que jamais tinha sentido. É tudo aquilo que nunca ninguém me tinha dado.

O amor és Tu. É tudo aquilo que as palavras ainda não conseguem transmitir. É tudo aquilo que sempre quis ter e que agora tenho. Que embora antes só conhecesse em sonhos, continua a fazer-me ter todos os sonhos do mundo. Contigo.

És o meu sorriso, a minha calma, a minha força, a minha felicidade, a minha vida.

Sou apaixonada por ti sem medos. Obrigada, Meu Bem, por estares comigo, por gostares de quem sou, por me deixares ser como sou, por me fazeres sentir especial, por me quereres amar, por quereres que eu te ame.

És o meu complemento, és parte essencial de mim, és…simplesmente Tu.

Encontrei-te e quero deixar-te ficar comigo...hoje, amanhã e depois do amanhã. Obrigada por fazeres parte dos meus dias...por me puxares os lençóis a meio da noite e por envolveres o meu sorriso com a magia do teu. Amo-te!

quinta-feira, janeiro 13, 2011

"Para ser grande sê inteiro"

"Ricardo Reis é - nas palavras do Pessoano Prado Coelho - entre os heterónimos o 'amante do exacto', aquele que prega os ensinamentos firmes e nobres que vêm pela herança clássica do homem, desde os romanos e os gregos.

Reis é assim, como Caeiro, aquele que aceita a vida sem pensar, mas Reis, oposto de Caeiro, sente em si mesmo a opressão da Natureza e da vida. Se Caeiro aceita ingenuamente a realidade, Reis ressente-se com ela e gera em si mesmo um sofrimento com a perda que escolhe ser a sua.

Caeiro acredita num Deus fora de si que é um Deus disforme, feito Natureza, enquanto Reis confia em deuses incertos e vagos, símbolos rasos de uma crença pouco uniforme, à maneira dos clássicos, em que os deuses informam nos medos e nas desconfianças dos homens.

(...)

Reis, se por um lado defende não haver uma fé em que o 'homem seja inteiro', defende por outro que o homem 'seja inteiro sem a fé'. É um principio basilar da filosofia de Ricardo Reis que o homem encontre no seu sofrimento a sua nobreza, ou seja, que aceite a dor da vida de maneira inteira, que seja inteiro nesse sofrimento, mesmo que não seja inteiro numa fé. É mesmo por não ser inteiro numa fé que o homem deve ser forte em ser inteiro na realidade, como é.

'Para ser grande, sê inteiro', diz Ricardo Reis. O homem, porque aceita a realidade, deve ter uma atitude nobre mesmo perante o sofrimento que vem com essa aceitação.

'Nada teu exagera ou exclui'. Reis defende que o homem abdique de tudo, mas que não abdique de si próprio. Apenas aquilo que é ilusório deve ser extirpado da experiência humana, porque apenas traz ao homem a humilhação. Entre essas coisas estão a religião e o amor.

Ataraxia - calma de espírito, resignação - e em Reis sobretudo: indiferença. Este é a palavra chave para resumir a atitude de Reis-Pessoa, e também de Pessoa-Reis, perante a vida.

'Sê todo em cada coisa'. Ou seja, procura em cada coisa a tua inteira felicidade, porque a felicidade, se está nos objectos, não está na realidade. E é no campo estrito dos objectos, e não da vida, que o homem expressa a sua personalidade. Trata-se enfim de uma visão estóica, de um sofrimento e de uma resignação que encontra apenas um campo muito limitado de liberdade humana.

Mas toda esta atitude é, curiosamente, nobre. Nobre porque em Ricardo Reis o homem aceita o seu destino como um gladiador aceita a sua morte na arena. É nobre porque nessa aceitação há uma compreensão obliqua do que se aceita. Reis sabe que vai sofrer ao aceitar o sofrimento desta maneira - que não é a maneira ingénua de Caeiro - mas é ao aceitar esse sofrimento que se afasta dos outros homens tornando-se superior a eles pela sua atitude.

A poesia de Caeiro é uma poesia de segundos. Cada momento é toda uma vida, porque em cada momento se exprime uma liberdade renegada, um alcançar de um objecto, uma finalidade. Isto porque a realidade já não existe, porque há apenas renúncia e resignação.

Quando Ricardo Reis refere o brilho da lua no lago e nos diz que no lago toda a lua vive, mesmo só no reflexo, dá-nos um símbolo para a compreensão completa do seu pensamento, tal como foi explanado anteriormente.

É na 'altura' que a lua vive e não na proximidade. O reflexo dá-nos uma noção do afastamento da realidade que a lua tem com a água onde se reflecte. Quem a vê no reflexo, vê-a por inteiro, mas não conhece a sua essência. No entanto ali está toda a lua. Tal como o homem, ao se dar, pode dar o seu reflexo à realidade, à sociedade, sem que ninguém o conheça no seu intimo. Apenas o seu reflexo.

Esta atitude, este 'viver pelo reflexo', 'na altura', é uma atitude nobre e estóica de Ricardo Reis. Uma atitude de afastamento e nobreza, que caracteriza toda a sua poesia".

@http://www.umfernandopessoa.com

quinta-feira, janeiro 06, 2011

Estranho a minha própria alma

"Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.

Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.

És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu."

Fernando Pessoa

terça-feira, janeiro 04, 2011

"Quando é que o amor acaba?
Porque é que haveríamos de ser diferentes se isto acaba por acontecer a todos?
Quando é que começam as mentiras, as traições, as desculpas 'para não magoar'?

Quando um dia olhares para a minha cara e perceberes que já não me amas...dizes-me?"