segunda-feira, abril 18, 2011

Tempo de arrumações...e de chegada a conclusões

É uma pena ter destruído, apagado ou deitado ao lixo quase todos os vestígios de uma fase da minha vida que hoje nem sequer sinto que tenha sido vivida por mim, tal foi  forma como a eliminei da minha memória e do meio onde vivo.

Hoje, Mulher feliz e serena, juntaria os pedaços deste "thriller" e editava um livro bem ao género da Margarida Rebelo Pinto. Uma pena... Não fosse a pressa de me livrar daquele vírus quase mortal, teria agora uma boa - diria até excelente - matéria para tentar abrir os olhos de muitas mulheres que por aí andam; não cegas e perdidas de amor, mas sim cegas de sonhos de menina.

« 12 de Agosto de 2007

Ás vezes não sei porque ainda me dou ao trabalho de dar alguma hipótese à nossa relação...

Como já te disse, vezes sem conta, em quase 8 anos que nos conhecemos nunca consegui ter estabilidade e tranquilidade. Mandas-me uma mensagem quase às 3 da manhã a dizer "estou na merda" mas, na verdade, tens sempre outro alguém com quem te preocupar  e entreteres!

Nos últimos tempos tenho sido "bombardeada" com comentários de outras pessoas, algumas tuas amigas, outras minhas, outras até que não conheço, que me dizem "ele é má pessoa", "ele engana-te sempre que pode", "ele nunca te vai fazer feliz", e eu vou-me defendendo e dizendo "não acredito que ele seja assim", "não me posso ter enganado com uma pessoa tanto tempo", e vou também pensando "ele engana-me mas eu sei que um dia ele mudará"...

Afinal quem terá razão? Essas pessoas que não ganham nada em abordar-me com comentários sobre ti, ou eu é que quero acreditar que ainda existe um futuro?

Não existem motivos para eu ter razão...quando olho para trás só vejo turbulência! Anos e anos que passei angustiada por saber que me enganavas com a "Cristina", anos e anos de tormento por saber que para além da "Cristina" ainda te metias com mais meia dúzia de mulheres, anos em que quase enlouquecia por causa da tua relação doentia com a "Maria", e agora a inquietude por causa da linda "Catarina" e de uma "Susana" que nem sequer sei quem é!

O que queres tu? Quem és tu afinal? Será essa tua obsessão por mulheres normal?

Não quero passar o resto da minha vida em pânico porque não consegues ser leal e honesto. Não quero passar o resto da minha vida desconfiada e com uma vontade incontrolável de 'cuscar' os teus pertences sempre com a certeza de que vou encontrar coisas que me vão magoar. Não quero que me digas à noite 'vou para casa' ou 'estou em casa', e eu ir atrás de ti e não te encontrar, como já tem vindo a acontecer. Não quero ter aniversários estragados, natais e passagens de ano tristes só porque tu não dás importância. Não quero sonhar em viver contigo quando preferes passar fome a viver num apartamento. Não quero lutar por um futuro quando a pessoa que está ao meu lado prefere não ganhar dinheiro a ser empregado de alguém. Não quero ser infeliz!

Chega de mentiras. Chega de falta de respeito para comigo e para com os meus sentimentos. Chega de me iludir. Afinal, não és mesmo quem eu penso que és. Afinal, quem me diz "ele é má pessoa" tem razão. Afinal, apaixonei-me por uma pessoa que só existe na minha cabeça.

Quem destruiu foste tu! Agora preciso de tempo sim. Para pensar como vai ser com a mobília. Para pensar como vai ser com os cães. Para pensar no que vou fazer com estas recordações sujas de traições infindáveis.

Não és amigo de ninguém. Não gostas de ninguém. Não amas nada nem ninguém. Para ti o mundo resume-se a ti próprio. Vais ser feliz assim? Pensa nisso.»

Poucos textos restaram. Salvou-se este e talvez mais dois ou três. Hoje voltei a lê-los exactamente por me ter lembrado de que os queria apagar, numa arrumação à minha caixa de emails já sem ordem, coisa que nem parece minha, tenho a vida organizada ao pormenor.

Arre!... Uma pena mesmo não ter aproveitado estes frutos - os poucos sem podre - desta experiência a que chamo "atraso de vida" mas que, ao mesmo tempo, fez de mim a Mulher que sou hoje.

Não sei que nome daria a este livro se me fosse possível escreve-lo. Pensaria nisso com mais calma e seriedade se tivesse juntado todos e tantos textos equivalentes ao transcrito acima (os nomes são falsos, claro, para não ferir susceptibilidades). Como eu adoraria reave-los, só para concretizar este sonho de ter um livro meu. 

Afinal, são muitos os livros que vamos escrevendo ao longo da vida sem sequer darmos conta...

Quem sabe sirva de base para inspiração. Nunca é tarde para concretizar um sonho, mesmo que preenchido de pesadelos passados.

2 comentários:

Anónimo disse...

Nem de propósito (you know what I mean). :-)
Não adianta ninguém "tentar abrir os olhos" aos outros. Tentei algumas vezes contigo e desisti rapidamente, na altura, simplesmente porque tinhas que ser TU a querer ver e não EU a tentar fazer-te ver. Houveram momentos em que achei que estava tudo perdido e não ias abrir NUNCA esses olhos que estavam com palas, mas felizmente, subitamente, olhaste a verdade de frente sem medos e partiste para uma nova aventura muito mais completa e feliz. E não foi só isso que mudou, foi tudo. Mudaste! Ou por outra, regressaste à ti: Voltaste a sorrir e a ser mais espontânea, alegre e amiga. Aquilo que tinhas medo de perder, que achavas que amavas e que sem ele a vida não existia, revelou-se uma total banalidade: estavas apenas apegada ao sofrimento, de tal forma que ansiavas que se transformasse num amor sereno, que mudasse, e punhas aí, fazias desse desejo, todo o mote para a tua existência. Também passei pelo mesmo - como bem sabes - embora, ao género-diana-excessiva - tenha feito mais "cagadas" do que as que me fizeram, mas aprendi com isso. Aprendi que a felicidade não depende de ninguém, a felicidade mora aqui bem pertinho, dentro de nós, que se não nos conhecemos a nós mesmos como poderemos achar ou tentar conhecer outro e que... O Amor É LINDO!!! É lindo quando existe, quando acaba custa um bocadinho, mas depois passa e parece nunca ter existido. Porque tudo tem um inicio, um meio e um fim! :-)))

Pat disse...

É verdade...neste caminho pela vida sofri um "pequeno" desvio mas felizmente regressei a mim, porque o que fui durante aquele tempo foi o que queriam que eu fosse.
Nunca é tarde para (re)começar, nunca é tarde para sermos felizes. Há passagens que, embora nos causem sofrimento, são males necessários para crescermos, para aprendermos a lidar com as situações de forma mais madura e consciente, embora os tais "sonhos de menina" estejam sempre lá e os pés no chão nem sempre se mantenham fixos. Mas sonhar também é preciso, "tenho em mim todos os sonhos do mundo", assim como tu.
É como dizes, não adianta procurar a felicidade. Ela está em nós. E sim, o amor é LINDO quando verdadeiro, partilhado e espontâneo. E pode não ter necessariamente um fim: mesmo existindo a morte, existe sempre outra "vida" depois dela, e há almas que estão destinadas a encontrem-se em cada regresso. A união depende apenas da força com que a desejamos. "As pedras no caminho" são para ser erguidas, nada se consegue sem luta e dedicação. Acredito que "não há coincidências" e que quando tem de ser...é. Podem tentar destruir, separar, amaldiçoar...não é por acaso que dizem que a maior força do universo é o Amor.
Eu levantei muitas pedras, calhaus, rochas e afins, mas graças a elas acredito que o meu castelo está a ser bem erguido ;-)