segunda-feira, agosto 21, 2006

Não gosto de montanhas russas mas sou obrigada a andar nelas!...


A vida consegue ser mesmo matreira, ou malvada, nem sei bem que termo utilizar. Uma pessoa não pode dizer ao mundo que está feliz que “puft”…de repente tudo se desmorona.
Sei que não se pode estar sempre de bem com a vida. Que se assim fosse, as pessoas deixariam de dar valor às coisas simples do dia-a-dia mas que têm o grande dom de provocar em nós um sorriso. E um sorriso é sempre tão precioso!... Para quem o cria e para quem o admira. Um sorriso tem sempre a magia de criar outro sorriso!
No entanto custa não poder estar feliz. Custa constatar que as fases de felicidade são sempre mais curtas…o que não deixa de ser injusto para quem não faz mal a ninguém…
Mas foi tão bom! Devia ter aproveitado mais (é sempre o que uma pessoa pensa quando as coisas boas acabam) … Do céu passei para o inferno e do inferno saltei para a terra, onde tudo tem uma racionalidade tão cruel!...
Enfim, apenas divagações. Agora resta continuar a lutar para me manter erguida…aparentemente forte como muitos julgam…fria e antipática como muitos pensam…enquanto aqui dentro tudo se despedaça e, num turbilhão, se tenta recompor como se de um puzzle se tratasse. Eu não me importo com o que a minha aparência transmite. Importa-me a consciência. Importa-me ter a noção de que sou um ser humano, coisa que muita gente não é nem consegue ser.
A minha luta é sempre por um novo sorriso…e espero nunca desistir de o fazer.

Patrícia Pinto


A EVIDÊNCIA DO SER

"A verdadeira evidencia do ser
Está nos pormenores da existência.
Somos pedaços ocos
De matéria orgânica fragmentada.
Seres estranhos a nós próprios
Com pensamentos devassos
Escalavrados pelo tempo
E esquecidos na memória das palavras
Que ecoam ao ouvido
Durante segundos de existência.

O medo já não assusta
Quem perdeu tudo e mais alguém
Fica a tristeza da saudade
E a mágoa da lembrança
Do que foi e já não é
Do que havia e já não há!

Ao longe vai crescendo a angústia inefável
Da mutabilidade irreparável
Desta montanha-russa a que chamamos vida."

by Ana Marta