domingo, janeiro 30, 2011

Porto Seguro

Estarmos longe e senti-lo perto.

Lembrar-me dele e sorrir.

Pensar em nós e acreditar.

Vê-lo e os meus olhos brilharem.

Ele tocar-me e a minha respiração aumentar de ritmo.

Abraçá-lo e dois transformarem-se em um.

Beijá-lo e esquecer o mundo.

Senti-lo e o meu coração bater forte.

Dar-lhe a mão e sentir conforto.

Estarmos lado a lado e estar protegida.

O amor é isto que tenho. É a tranquilidade, a harmonia, a confiança, a ternura, o carinho, a amizade, o companheirismo, a cumplicidade, a esperança, a certeza, a compreensão, a dedicação, a partilha, a simplicidade.

O amor é tudo aquilo que antes não conhecia. É tudo aquilo que antes apenas sonhava. É tudo aquilo que só via em filmes. É tudo aquilo que conseguia ler nos bons livros. É tudo aquilo que jamais tinha sentido. É tudo aquilo que nunca ninguém me tinha dado.

O amor és Tu. É tudo aquilo que as palavras ainda não conseguem transmitir. É tudo aquilo que sempre quis ter e que agora tenho. Que embora antes só conhecesse em sonhos, continua a fazer-me ter todos os sonhos do mundo. Contigo.

És o meu sorriso, a minha calma, a minha força, a minha felicidade, a minha vida.

Sou apaixonada por ti sem medos. Obrigada, Meu Bem, por estares comigo, por gostares de quem sou, por me deixares ser como sou, por me fazeres sentir especial, por me quereres amar, por quereres que eu te ame.

És o meu complemento, és parte essencial de mim, és…simplesmente Tu.

Encontrei-te e quero deixar-te ficar comigo...hoje, amanhã e depois do amanhã. Obrigada por fazeres parte dos meus dias...por me puxares os lençóis a meio da noite e por envolveres o meu sorriso com a magia do teu. Amo-te!

quinta-feira, janeiro 13, 2011

"Para ser grande sê inteiro"

"Ricardo Reis é - nas palavras do Pessoano Prado Coelho - entre os heterónimos o 'amante do exacto', aquele que prega os ensinamentos firmes e nobres que vêm pela herança clássica do homem, desde os romanos e os gregos.

Reis é assim, como Caeiro, aquele que aceita a vida sem pensar, mas Reis, oposto de Caeiro, sente em si mesmo a opressão da Natureza e da vida. Se Caeiro aceita ingenuamente a realidade, Reis ressente-se com ela e gera em si mesmo um sofrimento com a perda que escolhe ser a sua.

Caeiro acredita num Deus fora de si que é um Deus disforme, feito Natureza, enquanto Reis confia em deuses incertos e vagos, símbolos rasos de uma crença pouco uniforme, à maneira dos clássicos, em que os deuses informam nos medos e nas desconfianças dos homens.

(...)

Reis, se por um lado defende não haver uma fé em que o 'homem seja inteiro', defende por outro que o homem 'seja inteiro sem a fé'. É um principio basilar da filosofia de Ricardo Reis que o homem encontre no seu sofrimento a sua nobreza, ou seja, que aceite a dor da vida de maneira inteira, que seja inteiro nesse sofrimento, mesmo que não seja inteiro numa fé. É mesmo por não ser inteiro numa fé que o homem deve ser forte em ser inteiro na realidade, como é.

'Para ser grande, sê inteiro', diz Ricardo Reis. O homem, porque aceita a realidade, deve ter uma atitude nobre mesmo perante o sofrimento que vem com essa aceitação.

'Nada teu exagera ou exclui'. Reis defende que o homem abdique de tudo, mas que não abdique de si próprio. Apenas aquilo que é ilusório deve ser extirpado da experiência humana, porque apenas traz ao homem a humilhação. Entre essas coisas estão a religião e o amor.

Ataraxia - calma de espírito, resignação - e em Reis sobretudo: indiferença. Este é a palavra chave para resumir a atitude de Reis-Pessoa, e também de Pessoa-Reis, perante a vida.

'Sê todo em cada coisa'. Ou seja, procura em cada coisa a tua inteira felicidade, porque a felicidade, se está nos objectos, não está na realidade. E é no campo estrito dos objectos, e não da vida, que o homem expressa a sua personalidade. Trata-se enfim de uma visão estóica, de um sofrimento e de uma resignação que encontra apenas um campo muito limitado de liberdade humana.

Mas toda esta atitude é, curiosamente, nobre. Nobre porque em Ricardo Reis o homem aceita o seu destino como um gladiador aceita a sua morte na arena. É nobre porque nessa aceitação há uma compreensão obliqua do que se aceita. Reis sabe que vai sofrer ao aceitar o sofrimento desta maneira - que não é a maneira ingénua de Caeiro - mas é ao aceitar esse sofrimento que se afasta dos outros homens tornando-se superior a eles pela sua atitude.

A poesia de Caeiro é uma poesia de segundos. Cada momento é toda uma vida, porque em cada momento se exprime uma liberdade renegada, um alcançar de um objecto, uma finalidade. Isto porque a realidade já não existe, porque há apenas renúncia e resignação.

Quando Ricardo Reis refere o brilho da lua no lago e nos diz que no lago toda a lua vive, mesmo só no reflexo, dá-nos um símbolo para a compreensão completa do seu pensamento, tal como foi explanado anteriormente.

É na 'altura' que a lua vive e não na proximidade. O reflexo dá-nos uma noção do afastamento da realidade que a lua tem com a água onde se reflecte. Quem a vê no reflexo, vê-a por inteiro, mas não conhece a sua essência. No entanto ali está toda a lua. Tal como o homem, ao se dar, pode dar o seu reflexo à realidade, à sociedade, sem que ninguém o conheça no seu intimo. Apenas o seu reflexo.

Esta atitude, este 'viver pelo reflexo', 'na altura', é uma atitude nobre e estóica de Ricardo Reis. Uma atitude de afastamento e nobreza, que caracteriza toda a sua poesia".

@http://www.umfernandopessoa.com

quinta-feira, janeiro 06, 2011

Estranho a minha própria alma

"Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.

Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.

És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu."

Fernando Pessoa

terça-feira, janeiro 04, 2011

"Quando é que o amor acaba?
Porque é que haveríamos de ser diferentes se isto acaba por acontecer a todos?
Quando é que começam as mentiras, as traições, as desculpas 'para não magoar'?

Quando um dia olhares para a minha cara e perceberes que já não me amas...dizes-me?"