quinta-feira, março 24, 2011

O que será do amanhã se nem sabemos do hoje

Tenho a noção de que até o meu próprio pensamento anda confuso.

Aos 18 anos achava que aos 25 já ia estar casada e que até aos 30 seria mãe.

Hoje, com 29 anos e 8 meses, por vários motivos, dou graças aos céus por isso não ter acontecido, mas tenho guardados num cofre todos os mesmos desejos de há 11 anos atrás. Mais maduros, é certo, mas ainda existem e estão bem vivos.

Mesmo assim, por vezes, questiono-me se actualmente não será um acto egoísta colocar no mundo um ser humano que se confrontará com um futuro que se avizinha tão negro. Se eu, com esta idade, não sei “o que será da minha vida”, o que será a dos que vêem atrás de mim? Analisando mais pormenorizadamente, nem as gerações mais antigas, que certamente achavam que teriam um fim de vida sossegado, após terem cumprido as suas missões enquanto cidadãos, sabem hoje como serão os poucos dias que lhes restam.

O mundo transformou-se em tudo menos num mar de rosas...e grande parte da humanidade está como eu: com os sonhos encarcerados num cofre. Na alma. No coração. Esses não estão sujeitos a IVA, não têm que ser declarados, não entram no PEC, nem sofrem subidas de juros. São de graça. Pelo menos ainda.

Haja força e optimismo para acreditar que ainda é possível uma reviravolta, para que se possam abrir todas estas opostas caixas de pandora...